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Foto: Érica |
Isso é uma coisa que tira a gente do sério, ainda mais que sempre acontece quando estamos super "desfavorecidos financeiramente", ou seja, durinhos da Silva.
Eu tenho o estranho hábito de pensar sobre tudo, intercalando com momentos em que não penso em absolutamente nada. Mas, pensando sobre este momento "desabatório" da minha vida, resolvi tirar disso tudo algum aprendizado filosófico. Apesar de ficar tentada a ver um fundo espiritual neste quebra-quebra, o fato é que as coisas na casa estão velhas, muito usadas, caducas mesmo. Não quero defender a ideia de que tudo o que fica velho precisa ser substituído, longe de mim, tem coisas que duram anos, até mesmo séculos; com certeza, elas não foram compradas na maior promoção da loja mais "ralé" da cidade, como é o meu caso.
Minha atitude natural diante destas fases é me desanimar. Mas estou me esforçando pra ter uma atitude diferente diante de situações assim. Confesso que não tem sido fácil, pois quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. Começou com o vaso do banheiro, depois foi a pia, depois foi o registro, então começou a vazar embaixo do bloco. Lâmpada queimada pra lá, outra pra cá. As cadeiras da sala de jantar começaram a arriar - mas friso que as bichinhas até que foram guerreiras, pois são fraquinhas de tudo...
O fato é que estou disposta a lutar bravamente. O passar dos anos nos ensina algumas coisas e uma das coisas que aprendi é que de tempos em tempos isto acontece. Acredito que possa realmente aprender com este momento. Não só na nossa casa, mas também em nossas vidas, as coisas precisam ser renovadas periodicamente. Roupas deixam de nos servir e precisam ser substituídas. Algumas pessoas precisam se afastar, para dar espaço para que outras se aproximem. Uns hábitos se tornam prejudiciais e precisam ser abandonados. Sei que depois de uma grande tempestade, apesar de alguns destroços, as plantas ficam lindas e verdes.
Por que então enfrentar estes contratempos como algo ruim, do mal? Pode ser a oportunidade de apertar um pouco mais o cinto e reformar o banheiro. Quem sabe abrir mão das cadeiras e criar um cantinho oriental, onde a gente coma sentado no chão, por que não? É na adversidade que a criatividade aflora.
Anita Safer
Anita Safer