sábado, 31 de agosto de 2013

Poema

Dama do dia e da noite

Um muro foi erguido
entre a dor e o lamento

Não é tarde
nunca é tarde

Meus olhos
que não sabiam chorar
estavam secos
de saudade e sal

Sal das lágrimas represadas
por tempo infinito

Como pronunciar seu nome
sem sucumbir às punhaladas
do desespero por sua ausência?

Enquanto lustrava minha armadura
reluzente e fria
a dama da noite exalava seu perfume
desafiando minha fortaleza

A dama do dia esta lá
intacta
exuberante
bela
Também serena
sempre

Não é tarde
nunca é tarde

Me rendo...
abro os portões
para que você vagueie
por todos os cantos da minha cidade

Me desmancho em lágrimas
de sal

Saudade

Anita Safer

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