sábado, 1 de junho de 2013

Meditação - A viagem no silêncio

Foto: Érica


Às vezes, tudo o que precisamos é de um momento de silêncio. Um tempo para aliviar a cabeça de milhares de pensamentos, o coração de um punhado de sentimentos e o corpo do constante movimento. Parar. Parece fácil, mas não é, exige paciência, concentração e prática. Atributos de luxo nos dias de hoje.

A meditação entrou em minha vida no Parque Olhos d’Água. Estava caminhando quando vi um grupo de pessoas reunidas. Como sempre achava uma maneira de boicotar minha caminhada, resolvi ver o que estava acontecendo. Descobri que era um pessoal que se reunia uma vez por semana para praticar a meditação. Gostei da fala macia e dos gestos leves da pessoa que conduzia o grupo. Achei que aquela atmosfera de paz, de olhares doces, naquele lugar cheio de vida, de plantas, de busca pela saúde, só poderia me fazer bem. Lá aprendi algumas maneiras de meditar, mas preferi a mais simples. Apenas ficar em silêncio, prestando atenção na própria respiração. Sem música, sem mantra, apenas uns minutos de silêncio. Descobri que quando medito com freqüência, minha concentração melhora, minha disposição aumenta, durmo melhor e fico menos ansiosa.

São quinze minutos do meu dia em que me sinto inteira, centrada. Embora pareça fácil, não é. Uma vez minha irmã, Clélia, foi comigo num desses encontros. Quase morri de rir quando olhei pra ela e ela estava lá, sentada, parada, toda molhada de suor, parecendo uma cuscuzeira.Fiquei pensando “como uma pessoa pode transpirar tanto fazendo meditação?”. No final, muito irritada, ela me disse: “Por que não me disse que era meditação de alto impacto?”. Ri demais da conta, mas entendi o que ela quis dizer; ficar parada, sem pensar em nada, por um minuto sequer, neste mundo que está sempre em movimento, requer um esforço sobrenatural. Ela é super ativa, está sempre produzindo muito - uma característica muito linda e muito dela.

Somos todos diferentes e temos necessidades diferentes. Eu sinto necessidade de dar esta pausa no meu dia. Não é um ato esotérico ou religioso. É uma necessidade pessoal. Quando medito me sinto viva. Volto da meditação e vejo as cores mais vivas. Sinto o movimento em volta de uma forma diferente, nova. É como se fizesse uma breve viagem e voltasse cheia de saudade da parte de mim que quer aproveitar o que a vida tem pra oferecer.

Perdi o contato com este grupo do parque, nunca mais os vi. Já meditei também no Templo Budista, mas não me dou bem com cheiro de incenso, me dá dor de cabeça. Atualmente medito em casa ou em outro lugar tranqüilo. Se você nunca tentou, tente um dia, você pode se surpreender.


Anita Safer

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