domingo, 21 de julho de 2013

Ela era miudinha...



Foto: Érica
Muitas vezes não é fácil ser baixinha, confesso. Andar de ônibus é uma agonia. A gente não pode ver aquela cadeira mais alta que vai feito doida pra sentar lá. Por que? Pra alcançar aquela cordinha infeliz que fica lá no alto. Sei que eles colocaram aqueles botõezinhos mais baixos pra gente alcançar, mas eles nunca funcionam. Parece de propósito pra deixar a gente naquela situação "vexaminosa" de ter que pedir ajuda pra um “adulto”,ficar dando pulinhos ou então achar um cano daqueles embaixo da cadeira pra subir nele. E quando o ônibus tá cheio, você fica lá, na linha de tiro dos sovacos. Ninguém merece.

“Não sou baixinha, sou compacta. Tudo de bom em pouco espaço”, frase criada por alguma baixinha pra mostrar que se garante. “Nos menores frascos estão os melhores perfumes” - essa é velha - e sempre respondem “e os piores venenos”, as pessoas sempre tentando nos jogar pra baixo, nem precisa, já estamos embaixo, somos baixinhas, lembra?

Mas ser baixinha tem suas vantagens. A maioria dos homens gosta de ter mais estatura que a companheira. Neste quesito tô na boa. Porém, a maioria acha a coisa mais linda aquelas mulheres bem altas.

No forró é uma beleza, as pessoas podem te chamar pra dançar porque dá pra fazer aqueles comandos de braço lá de cima, na maior tranqüilidade. Agora, quando o cara é muito alto ele tem que ser um artista tipo Circo de Soleil, um verdadeiro contorcionista. Melhor pra ele, aprimora a técnica. Acho que gosto do forró porque me sinto homenageada em algumas músicas como a de Luiz Gonzaga: 


Ela era miudinha
Botei seu nome
Tamborete de forró
Mas quando ela me deu uma olhada
Senti logo uma flechada
Meu coração foi logo dando um nó


Certo, tamborete de forró é sacanagem, mas ele admite que a miudinha mexeu com o coração dele. Tem outra cantada pelo Trio Virgulino que fala assim:


Tem dó pequenininha
Tem dó pequenininha
Tem dó eu não quero chorar

Mas quando a gente se vê
É uma alegria sem fim
A gente pega a saudade
E manda ao longe assim


Essa é mais bonitinha e sempre que uma dessas músicas toca, alguns parceiros que dançam sempre comigo falam: “Olha a sua música”, “Lembro de você sempre que ouço essa música”. Isso é bom. Ainda tem uma que não curto muito, mas foi uma tentativa e merece crédito... a do Roberto Carlos:


Ai, ai, ai, essa voz doce e serena,
Essa coisa delicada
Coisa de mulher pequena
Ai, ai, ai essa voz doce e serena,
O meu coração dispara por
Você mulher pequena.


Mas Roberto Carlos não vale, gente, acho que ele é apaixonado por mim; já fez música pra mulher madura, gordinha, baixinha e pra mulher de óculos.... fala sério, o Rei me ama.

Olhando agora vejo que não é tão trágico assim ser baixinha. Afinal, cada um tem que manter sua autoestima em alta. Em alta???? Me lasquei...

Anita Safer




Nenhum comentário:

Postar um comentário