sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A sutil violência da sedução


Um diz desses vi esta expressão – A sutil violência da sedução – no I Ching – O livro das mutações. O I Ching é um oráculo chinês de mais de 3000 anos de existência. É, basicamente, filosofia oriental. Os textos falam da dualidade da vida, do escuro-claro, feminino-masculino, forte-fraco. Tudo o que existe em nós e em todas as coisas está sempre em movimento, seguindo em mudança permanente. A cada fim surge um novo início. Na natureza as estações estão sempre mudando, à primavera segue o verão e assim a vida segue. Na linha desta filosofia, o ideal é compreender esta mutação como algo natural e buscar o equilíbrio.
O fato é que achei incrível esta frase, ainda mais que ela se aplicava perfeitamente a uma situação que se apresentava naquele momento.
A palavra sedução, em si, já é uma palavra tinhosa. É uma delícia, mas é tinhosa. Todos nós somos sedutores e passíveis de sedução, em maior ou menor grau. Isto se aplica a todas as esferas de nossa vida.
Algumas vezes, entretanto, a sedução deixa de ser um jogo gostoso. Sabe aquele vendedor de loja inábil, que quer te forçar a comprar um produto que não te interessa? Ele é insistente, não te deixa andar... Você só quer sair correndo daquela loja e nunca mais passar perto da vitrine, quiçá, daquele shopping. Algumas pessoas são assim nas relações afetivas. Elas querem possuir as outras pessoas, em todos os sentidos, a qualquer custo. Neste caso o que prevalece é o desejo dela, não importa se ela, enquanto “produto” a ser vendido (que horrível esta analogia...rs), seja  o que o outro necessita, aprecia ou deseja naquele momento.
É claro que podemos e devemos tentar conquistar alguém que nos interessa. Tudo bem que, em alguns casos, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Mas a sutil violência da sedução mostra aquela violência velada. É o lobo em pele de cordeiro. É aquela pessoa que vem de forma sutil e inocente, mas não te dá espaço pra respirar. Ela quer, pra ontem, um posicionamento, independente do seu querer. Mas não serve o seu posicionamento, tem que ser o posicionamento que vá agradá-la. Nem que para isso ela vá lotar sua caixa de mensagens e seus ouvidos.  Quais as armas que você pode usar para se defender de uma pessoa que quer ser boa pra você? Acho que a única arma que existe é a sinceridade, é deixar claro sua posição, em respeito ao sentimento da pessoa e para proteger o seu espaço vital.
Isso mais parece um texto de autoajuda... Mas, não pode ser, estou longe de saber as respostas, apenas passeio pelos caminhos das indagações.

Anita Safer
  

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