quinta-feira, 30 de junho de 2016

Será que somos olímpicos?

Foto: Liana Perotto
As olimpíadas estão chegando ao Brasil. Fico acompanhando, na imprensa e nas redes socias, as opiniões favoráveis e contrárias ao evento. Independente das questões políticas e econômicas que envolvem o assunto, uma coisa é certa: Esporte é uma aula de vida. Quando vejo os atletas, suas superações e esforços diários, me emociono. Penso na quantidade de vidas que são transformadas através do esporte. Os atletas paraolímpicos, então, nem se fala.
Será que posso pegar carona, um tiquinho que seja, neste espírito olímpico? Posso aprender com os nadadores a importância da respiração; com os corredores que o tempo é precioso e não pode ser desperdiçado. Com os judocas vejo que a gente é derrubado, mas precisa aprender a cair e levantar. No boxe a gente tem que lutar com garra, quando necessário. A ginástica rítmica ensina a graciosidade que pode existir, mesmo no meio do esforço. De vez em quando temos um esporte em equipe, nem tudo pode ser superado individualmente. Na vida a gente pula, sobe, desce e cai...aiaiai
Vendo tantos exemplos de esforço eu penso que posso levantar meu traseiro gordo do sofá e fazer uma caminhada diária. Posso abrir mão do refrigerante - to nessa maratona há um mês, mas parece uns trinta anos, tamanho esforço...hahaha - para melhorar minha saúde.
Posso ter um objetivo material e buscar meio para concretizá-lo, com muita determinação. Posso muita coisa. Eles provam isso. Daí a importância de valorizar o esporte e os atletas. Muitos deles são exemplos e agentes de transformação. Gerações podem ser salvas pela prática de atividades esportivas.
Lembro que meu filho caçula, quando era bem pequeno, entrou de penetra numa corrida que o irmão estava participando e quando chegou em último lugar, gritou: "Eu ganhei, ninguém chegou atrás de mim!"...kkkk. Ouço até um trecho da música que Elis cantava, maravilhosamente... "Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar".
Medalha de ouro para os atletas olímpicos, paraolímpicos, para os que promovem e incentivam (com honestidade e transparência) o esporte. Medalha também para os atletas não profissionais e para todos os que buscam em si mesmos este espírito guerreiro de se superar a cada dia nas provas da vida.

Anita Safer

sábado, 25 de junho de 2016

Superstições... Vai que...

Foto: Tina Arce
Superstições são interessantes. Você se pega fazendo coisas sem fundamento, mas faz assim mesmo, vai que...
Se alguém fala algo que não quero que aconteça, ao invés de falar "Deus me livre", toc...toc...toc... Três toques na madeira. Na hora. É instantâneo. Fico pensando que a cada dia teremos menos móveis de madeira, em função da contenção do desmatamento (o que tem todo o meu apoio), então teremos que sair de casa correndo pra achar uma árvore e toc...toc...toc.
Chinelo virado, nem pensar. Caramba, na minha casa éramos oito filhos. Muito chinelo pra uma mãe só. Todo mundo sabe que chinelo virado é batata - A mãe morre e a culpa é sua! Mas o chinelo da mãe voando em direção aos traseiros de moleques levados era só doloroso, mesmo que caíssem virados pra baixo. Mãe é mãe, elas tem autoridade no que se refere a chinelos. Tinham, porque agora tem a Lei da Palmadinha, que acabou com a emoção. Deixar a porta do armário aberta é terrível! A morte sai lá de dentro pra te buscar. Essa superstição eu não tenho. Nem a morte ia aguentar a bagunça do meu armário. Deixo a porta fechada, por motivos óbvios.
Sexta-feira 13 dá azar, passar embaixo da escada dá azar. Quebrar espelho? Sete anos de azar e, acredite, falar a palavra azar dá azar (pausa pro toc toc toc). Nada dá sorte? Sim. Trevo de quatro folhas dizem que dá sorte e pé de coelho também; o que é um absurdo. Com certeza os coelhos não concordam com essa opinião e eu concordo com eles. Mas a que abomino é a de que gato preto dá azar. Já tive a SORTE de ter um, que só me trouxe coisas boas.
E você? Me fale sobre sua superstição. Só não fale a mesma coisa e na mesma hora que eu, senão vamos ter que tocar em algo verde... Por que verde, gente? De onde vieram essas crendices? Eis o que não sei.

Anita Safer

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Amadurecimento - A hora de cuidar de si

Foto: Liana Perotto
Certa vez ouvi, de uma pessoa que admiro muito, a seguinte frase: "Dizem que amadurecemos quando nos tornamos pais e mães de nós mesmos". Algo tipo isso. Eu não sou psicóloga nem filósofa, mas em meus pensamentos - tal qual o rei Julian, do desenho Madagascar - "Eu me remexo muito, muitooo...". Quando a coisa fica rodopiando na minha cabeça ela acaba saindo pela ponta de uma caneta ou nas teclas de algum aparelho eletrônico.
É interessante pensar sobre isso. Nunca havia pensado por este ângulo. Chega um momento em que, por desejo ou necessidade, precisamos dizer... Valeu mãe, valeu pai, vocês fizeram o que tiveram condições de fazer, dentro de suas possibilidades e limitações; agora é comigo. Estou falando de maneira rasa, simplista. Sei que existem casos em que a relação Pais/Filhos deixa marcas profundas, que necessitam de ajuda terapêutica. Lembrem, eu sou só um rei Julian me remexendo, se eu estiver falando besteira, desconsiderem!
É muito interessante me imaginar assumindo este papel de pai e mãe de mim mesma. Acredito que dentro de nós ainda habita aquela criança querendo ser ouvida. Que não sabe lidar com suas expectativas e frustrações. Sente medo, mas em outros momentos se joga sem medir as consequências. Acho que agindo como pais amorosos e zelosos desta criança que trazemos dentro de nós, teremos mais condições de nos cuidar. Queremos o melhor para esse filho que vemos no espelho, quando nos olhamos. Ou filha. Não queremos ver um filho andando com pessoas que façam mal a ele, que o desqualifiquem ou o façam sofrer. Queremos que ele aprenda com os erros, que seja saudável. Que seja respeitado em suas escolhas. Temos consciência de que esse filho não é perfeito, mas o amamos incondicionalmente. Ficamos felizes com suas conquistas, valorizamos seus talentos. Nós procuramos acalmá-lo e o compreendemos quando ele está sofrendo. Puxamos a orelha quando necessário. Gostamos que ele cumpra suas responsabilidades. Acima de tudo, queremos que ele seja feliz.
Ser nosso pai e nossa mãe pode nos fazer assumir as rédeas de nossa vida; não delegando aos nossos pais - estando eles presentes ou ausentes - a responsabilidade eterna de nos conduzir ou suprir nossas necessidades e carências. Não é justo com eles, nem conosco. 
Como diz uma amiga minha "Cada pessoa tem uma vida, então que cada um cuide da sua". Isso não é pouca coisa, eu acrescentaria. Mas nada melhor que seguir a vida sabendo que somos amados, cuidados e protegidos pelos melhores pais, que podemos ser.

Anita Safer

terça-feira, 21 de junho de 2016

Festa Temática - Criatividade e Diversão

Self de Liana -  Festa Viking  (A família veio como a família do Suspiro de Como Treinar seu Dragão)
Se você gosta de brincar e de usar a criatividade, que tal fazer uma festa temática? É simples e divertido. Reúna a família e alguns amigos doidos e pronto.Tá garantida a diversão. Não precisa ser numa data especial e nem gastar dinheiro. Na minha casa fazemos isso há alguns anos. Como meu apartamento é pequeno, não podemos convidar muita gente. Cada um de nós convida uns amigos (que não tenham vergonha de ser feliz) e a bagunça tá formada.O combinado é que a fantasia não deve ser alugada ou comprada, ela deve ser criada. É econômico e fica mais surpreendente. Você não consegue imaginar o quanto as pessoas podem ser criativas! Tem um amigo do meu filho que costuma ir sem fantasia, então ele diz que é um Viajante do Tempo...hahaha. O cardápio pode ser adaptado ao tema. Em cada festa fazemos um sorteio para definir o tema da festa seguinte. Ela era realizada anualmente mas a partir do ano passado passou a ser semestral, atendendo a pedidos da galera; daí você imagina como o trem é bão. Até o momento as temáticas, e as minhas fantasias, foram as seguintes:

Oriental (traje típico - a partir de um roupão...rs)
Portugal (traje típico)
Itália (Monalisa - bastou uma moldura e um sorriso enigmático)
Inglaterra (Rainha Vitória)
Áustria (traje típico)
Cinema (Marilyn Monroe - pode isso?)
Vilões (Nazaré Tedesco - uma escadinha pendurada no pescoço com uns bonequinhos pendurados)
Grécia (Deusa Hera)
Velho Oeste (dona do Saloon)
Vikings (Helga, esposa do Hagar o Horrível)

A próxima será Profissóes.

O interessante é que pesquisamos cada assunto, trocamos ideias e com isso aumentamos um pouquinho nosso conhecimento geral.
Durante o evento jogamos algo, tipo Imagem & Ação, ou alguém faz uma apresentação. Mas o melhor de tudo é poder compartilhar de momentos saudáveis com pessoas queridas e especiais. Fica a dica.

Anita Safer

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Aposentadoria: O fim ou o início?

Foto: Rafael Arce
Coisa engraçada é a vida. A gente trabalha a vida toda e, vira e mexe, pensa: "Aff, não aguento mais, não vejo a hora de aposentar"; e quando chega o grande momento bate aquele desespero. Você chega a ficar bipolar alternando entre as músicas "Não aprendi dizer adeus..." e o tema de Frozen "Let it go, let it go..." e sai dando passinhos flutuantes. Mas a realidade é uma só. Tudo na vida tem seu começo e seu fim. É natural. Não somos obrigados a aposentar. Se sentimos que ficaremos infelizes e que não estamos prontos, pra que pendurar as chuteiras? Joga mais umas partidas, não tem problema. Mas se algo em você diz que é a hora, vai fundo. Eu fui.
Um dos sinônimos de aposentadoria é reforma. Faça uma placa mental com os seguintes dizeres ESTOU EM REFORMA PARA MELHOR ATENDÊ-LOS (Ou melhor, me atender)... Hahaha. Esta reforma implica em desapegar da antiga rotina e usar o tempo de maneira diferente. É como aprender a andar de bicicleta sem rodinhas. No início você vai meio vacilante, mas depois vem a sensação de liberdade. Lembre do tema de Frozen (só que agora na versão brasileira) e cante: "Livre estou, livre estou...". A ideia é criar novas rotinas, menos rígidas mas igualmente satisfatórias. Caminhar, curtir a casa e a família, estudar algo novo, fazer um trabalho social, escrever, ler, pintar... O que quiser. Ainda sobra tempo pra encontrar um amigo a qualquer hora do dia. Pegar um cinema, tomar um café. Se não quiser fazer nada, também pode. Quem disse que não?
Respondendo ao título do post, acho que a aposentadoria pode ser o fim ou o início, dependendo de como encararmos; ou ambos, considerando que a vida acontece em ciclos - onde após cada fim, segue um novo início.

Anita Safer

sexta-feira, 10 de junho de 2016

No parque de botas

Foto: Tina Arce
Quando eu era criança fui ao Parque de Diversões pela primeira vez. Acho que era a primeira, tenho umas fotos desse dia. Eu e minhas botas brancas que meu irmão trouxe pra mim de São Paulo. A mulher que nunca calçou botas brancas quando menina não sabe o que é se sentir uma diva... Hahaha. Pois bem, fomos ao parque, eu, minhas irmãs, nossos vestidos "mini" (super moda, na época) e, claro, minhas botas brancas. Naquela Brasília vazia lá estava o parque, perto da torre de TV, rodeado de terra vermelha por todos os lados. Não eram muitos brinquedos, uma pista com carrinhos que subiam e desciam, um carrossel e outros mais. Lá no centro, gigantesca, majestosa e circular estava ela: a RODA GIGANTE. Ai, meu Deus! Quanta emoção! Fomos nós, naquela aventura que me levou até o céu, num movimento tão lento que parecia maldade, pra aumentar a aflição. Como tudo o que é ruim pode piorar, o cara que operava o brinquedo resolveu lanchar. O parque estava vazio e ele esqueceu da gente. Por quanto tempo? No relógio uns cinco minutos, talvez; no meu desespero uns "trocentos anos". Eu não respirava e tentava nem pensar, pra não correr o risco do meu pensamento virar aquela cadeira de ferrinhos. Minha irmã mais velha, agindo como a adulta da situação, começou a berrar e projetar o corpo quase pra fora, num descontrole total. Eu só rezava, acho que foi esse episódio que me fez querer ser freira na época. O fato é que descemos sãs e salvas; salvas, pelo menos. Minha irmã demorou um pouco mais pra recobrar a sanidade.
De lá pra cá tenho tido altos e baixos nos parques de diversão. Fui numa tal de Casa do Espanto onde corri feito uma maratonista, jurando que aqueles monstros fajutos eram a encarnação do mal. O kamikaze é um que faz jus ao nome. O pior é que fui nele e nem queria morrer. Ele te deixa de cabeça pra baixo numa altura descomunal e eu não sabia se segurava os óculos ou o coração, que tava saindo pela boca. Tudo bem, tem aqueles brinquedos fofos, mas só podem ir crianças pequenas, que injustiça! A realidade é que eu gosto e vou, sem minha botinha branca, mas como a menina que não deixei de ser.

Anita Safer

domingo, 5 de junho de 2016

... E se sua vida fosse um filme?

Foto: Tina Arce     Modelo: Cleo
Essa pergunta surgiu um dia desses e compartilhei com alguns familiares e amigos. A partir daí começamos a brincar... Que ator/atriz faria nosso papel? Seria um bom filme?
Escolhi logo a Helen Hunt pra me interpretar. Ela atuou em DO QUE AS MULHERES GOSTAM (com Mel Gibson), TWISTER, entre outros. É certo que nós duas não vestimos o mesmo manequim, mas alguém me disse que lembrava de mim quando a via. Tudo bem, escalei Helen pro elenco. Pensando sobre meu filme vi que seria difícil determinar o estilo. Tive momentos de drama, romance, comédia, suspense. Terror até que não, graças a Deus, embora aprecie filmes do gênero. Acho que a vida de todo mundo é assim, embora algumas possam pender mais pra um lado que pro outro. Percebi certas coisas sobre o assunto. Uma delas é que somos protagonistas. Não temos dublês. Cabe a nós interpretar, da melhor forma, a nós mesmos. Outra coisa é que o roteiro não é totalmente nosso. Aparecem umas cenas que a gente nem tinha ensaiado e temos que atuar de improviso. Talvez porque os coadjuvantes resolvam interpretar os papéis deles do jeito deles, vai saber. E rola aquela trilha sonora (um forrozinho pra mim tá bom) e ficamos torcendo - pelo menos a maioria de nós - que seja um longa metragem. No final sobem os créditos e a pipoca acaba. Depois, alguns que gostaram do nosso enredo, reprisarão na memória nossas melhores cenas. Com o tempo nossa história cairá no esquecimento... ou não, como diria Caetano. E se sua vida fosse um filme, como seria?

Anita Safer