quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Quando tudo para e os grilos cantam

Foto: Pauline Fonseca e Clebeson Reis
Um dia saí com uma turma. Fomos a um lugar que estava cheio. Muita música e conversa no ambiente. Um dos rapazes do grupo viu uma amiga dele e foi cumprimentá-la. Um tempinho depois e ele ainda não tinha voltado. Procurei com o olhar e lá estavam eles, do outro lado do salão. No meio de todo aquele barulho e agitação, quando olhava pra eles, tão absortos, é como se tudo parasse e desse pra ouvir o cantar dos grilos... Cri...Cri...Cri. Eu e minha amigas começamos a rir, porque tivemos a mesma sensação; de que o tempo parara e o lugar desaparecera para os dois. Um momento slow... Devagar.
Um amigo me ligou ontem, disse que sentiu saudades do tempo em que andávamos juntos. Ele gostava de deitar a cabeça no meu colo pra eu tirar com a pinça os pelos de sua barba que estavam nascendo. A gente ficava um tempo naquele ritual, desligados de tudo. Era quase uma meditação em dupla, onde a gente só ouvia... Cri...Cri...Cri.
Nessa correria em que vivemos, onde a vida fica alucinada, é bom ter essa pausa. Pensar, por um instante, que temos a eternidade pela frente. Precisamos congelar alguns momentos para eternizá-los. É interessante. Se você parar pra pensar, lembrará de muitos desses em sua vida. Aqueles momentos em que tudo para e sua mente fica plena no instante. Parece que os "grilos" somem da sua cabeça e você só os ouve ao longe, entoando seus cantos...Cri...Cri...Cri. Calma, calma, calma...

Anita Safer

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