quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Quando tudo para e os grilos cantam

Foto: Pauline Fonseca e Clebeson Reis
Um dia saí com uma turma. Fomos a um lugar que estava cheio. Muita música e conversa no ambiente. Um dos rapazes do grupo viu uma amiga dele e foi cumprimentá-la. Um tempinho depois e ele ainda não tinha voltado. Procurei com o olhar e lá estavam eles, do outro lado do salão. No meio de todo aquele barulho e agitação, quando olhava pra eles, tão absortos, é como se tudo parasse e desse pra ouvir o cantar dos grilos... Cri...Cri...Cri. Eu e minha amigas começamos a rir, porque tivemos a mesma sensação; de que o tempo parara e o lugar desaparecera para os dois. Um momento slow... Devagar.
Um amigo me ligou ontem, disse que sentiu saudades do tempo em que andávamos juntos. Ele gostava de deitar a cabeça no meu colo pra eu tirar com a pinça os pelos de sua barba que estavam nascendo. A gente ficava um tempo naquele ritual, desligados de tudo. Era quase uma meditação em dupla, onde a gente só ouvia... Cri...Cri...Cri.
Nessa correria em que vivemos, onde a vida fica alucinada, é bom ter essa pausa. Pensar, por um instante, que temos a eternidade pela frente. Precisamos congelar alguns momentos para eternizá-los. É interessante. Se você parar pra pensar, lembrará de muitos desses em sua vida. Aqueles momentos em que tudo para e sua mente fica plena no instante. Parece que os "grilos" somem da sua cabeça e você só os ouve ao longe, entoando seus cantos...Cri...Cri...Cri. Calma, calma, calma...

Anita Safer

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

E quando coisas ruins acontecem?

Foto: Tina Arce
Hoje folheava uma revista de moda - daquelas que tem mais anúncios que qualquer outra coisa - e uma matéria chamou a minha atenção. Era sobre a americana Helen Winkle, conhecida como Baddie Winkle. Ela tem 87 anos e é sucesso no Instagram por suas fotos incríveis, com seus looks extravagantes e irreverentes. Uma coisinha fofa!
O que achei interessante foi saber que aquela mulher, com aquele sorriso exuberante, perdeu o marido em um acidente quando comemoravam 35 anos de casados e, pior ainda, um filho de 36 anos com câncer. Na entrevista ela disse uma coisa que, coincidentemente, me disseram um dia desses: "Coisas ruins acontecem". Não sei vocês, mas eu tenho muita dificuldade em aceitar que as dores fazem parte da vida, tanto quanto as alegrias. No caso dela, ela viveu o luto e vivenciou as dores profundas que estes acontecimentos trouxeram, mas descobriu que não era saudável manter o foco nas coisas que não podiam ser mudadas.
Coisas ruins acontecem. Não há como fugir desta verdade. Haja maturidade emocional!
Todos temos diferentes graus de resiliência. Algumas pessoas enfrentam situações críticas e transformam a dor em aprendizado e crescimento. Eu me desespero com muito pouco, basta pensar na possibilidade de que algo ruim possa acontecer. Tudo porque resisto a entender esta lei da vida, de que coisas ruins acontecem, independente do nosso desejo.
Pensar que o pior pode acontecer mina o momento de tranquilidade que podemos estar vivendo. É uma escolha infeliz, literalmente. Sucumbir eternamente à dor é o mesmo que nos senteciarmos à uma prisão perpétua íntima. Por outro lado, a concepção de estarmos sempre bem é irreal. Ninguém consegue.
Algumas pessoas, como no caso da Baddie, conseguem acolher a dor, vivenciá-la e transformá-la. É como se elas conseguissem - após as tempestades da vida - abrir as janelas da alma, colocar um sorriso no rosto, uma roupa extravagante (tudo bem, isso é opcional) e pensar: Sofri muito, mas já que a vida continua, vou viver. Vivendo a gente vai vendo que coisas ruins acontecem... Coisas boas também.

Anita Safer

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Mico? To "paganoooo"...

Foto: Arquivo Pessoal
Quem nunca pagou um mico, que atire a primeira banana. Conversando com alguns amigos, tentamos relembrar qual teria sido nosso maior mico. Tarefa das mais difíceis. São tantos que é difícil escolher o maior. Existem uns micos clássicos. Tombos, por exemplo. Um dia desses levei um caprichado. Caí na escada, como que empurrada pela Nazaré Tedesco e aí fiz um rolamento; até pensei em levantar num pulinho com os braços pra cima, simulando um salto duplo carpado. Não deu tempo, braços solidários me levantaram. O pior é que caí quando subia a escada, não quando descia. Sabe como se chama isso? Mico profissional, é pra poucos, mas não quero me gabar. Ver uma mulher cheinha e perguntar "É pra quando?", quem nunca?
Tem também os micos coletivos. Exemplo: Quando era adolescente fui a uma festa de final de ano num clube. Era um grito de carnaval. Baile azul e branco. Eu não tinha fantasia. Peguei uma camiseta branca, bem grande, e enfeitei com lantejoulas azuis. Meus amigos também se viraram como conseguiram e fomos. Quando entramos... Era um baile de gala! As mulheres estavam estonteantes em seus longos e os homens, saídos de uma propaganda de perfume, exibiam seus ternos. E eu? A maluca fugida do hospício. Meus amigos? Melhor não comentar pra não causar constrangimentos.
Os micos acontecem, podemos até tentar evitá-los, mas nem sempre dá. O jeito é rir de si mesmo, quando possível. Rir dos micos dos outros também pode ser irresistível. Só temos que ter cuidado pra não errar na mão e ferir os sentimentos do outro. A regra é clara, se um está se divertindo e o outro não é hora de parar com a brincadeira. Sei que vocês não vão me deixar sozinha, "micando" neste post, e vão fazer um comentário contando os seus. Alguém aceita o desafio? Prometo rir só um pouquinho... Haja kkk.
Essa história de pagar o mico surgiu por causa de uma brincadeira antiga. Um baralho que vem com vários pares de bichinhos. Só o mico não tem par e quem estiver com ele nas mãos no final do jogo, perde. Fico pensando, tadinho do mico, nem tem par - que nem eu. Ele deve ser rico, porque todo mundo "paga mico". Não sou boa em lógica, mas acompanhe meu raciocínio: O mico não tem par, por isso as pessoas "pagam mico"; eu também não tenho par, logo... Anote aí o número da minha conta.

Anita Safer

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Esmaltes - O fascínio na ponta dos dedos

Foto: Paty Arce
Não sou mulher de vaidades, do tipo maluca por sapatos. Tenho preguiça de salões de beleza. Claro que gostaria de ser vaidosa, uma diva, mas dá trabalho. Salão, só para situações de emergência. Agora seria o caso (consegue ouvir as sirenes?), meu cabelo tá imenso e sem corte. Ele não sabe se é claro ou escuro. Ah, esses cabelos e suas indecisões! Mas uma coisa me faz sentir a mulher mais poderosa do mundo. Unhas pintadas. Tô triste? A unha pintada me anima (tristezinhas pequenas, claro!). Nervosa? Até o cheirinho do esmalte me acalma (só pra esclarecer, não sou uma cheiradora de esmaltes). Como já disse, não sou muito de salão - sobra preguiça e falta dinheiro - então, eu mesma pinto as minhas unhas. Uma lambança só. Tenho uma caixa cheia de esmaltes e... Ai, meu Deus!... Vou confessar... Tenho a estranha mania de pintar as unhas seguindo a ordem alfabética dos nomes dos esmaltes. Que vergonha! Mas pronto, falei! Já, já contei pro meu analista, mas ele não sugeriu internação, então, vamos seguir.
Diante de tanto encantamento surge a curiosidade. De onde vem essa ideia tão fofa de colorir as pontas dos nossos dedinhos? Do dedo mindinho ao polegar - passando pelo dedo do meio, aquele malcriado? Eis o que não sei. Fui pesquisar. Pronto. Começou no antigo Egito, claro! Berço da civilização e do estilo. As egípcias pintavam as unhas com henna, isso por volta de 3.500 a.C. Na China, no século III a.C. começaram a usar esmaltes feitos com soluções de prata, nos tons vermelhos e metálicos. Mas foram as tinturas pra carro, desenvolvidas em 1925 que deram origem aos esmaltes que conhecemos hoje. Isso! Encontrei a resposta! Agora já sei porque me sinto tão incrível quando estou de unhas pintadas - é que me transformo numa Ferrari.


Anita Safer



Referência: patriciafrancoriopreto.blogspot.com.br

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Para quem faz acontecer... Os louros!

Foto: Arquivo Pessoal
"Quem quer faz. Quem não quer, manda". Minha mãe sempre dizia esta frase. Ela queria dizer que quando queremos realmente uma coisa, devemos fazer acontecer. Não devemos só ficar esperando que outros façam.
Em frente à minha janela há um parquinho. Ainda lembro quando estava sendo construído. Meus filhos brincavam naquele morro de areia, que depois foi nivelado pra receber balanços, gangorras, um brinquedo de rodar e escorregador. De lá pra cá os filhos cresceram e os brinquedos foram estragando pela ação do tempo e pela falta de manutenção. É triste. A quadra é cheia de crianças. Algumas delas ainda não estão contaminadas pelo bichinho da tecnologia e preferem diversão ao ar livre aos IPHONEs, IPADs e outros ais. Vi no elevador do meu prédio um aviso sobre uma campanha para a reforma do parque. Pediam a contribuição de um real. Fui levar minha contribuição ao Lourival (mais de um real, não sou tão sovina... Levei um e dez... Hahaha... Brincadeirinha!). O Lourival é o cara! Foi ele quem teve a iniciativa de restaurar o parque, que nem é do nosso prédio, é de toda a quadra. Ele trabalha no nosso bloco ( bloco F da SQN 312) há uns vinte anos e é muito querido por todos porque, como já disse, ele é o cara. Um ótimo exemplo de gente boa.
Cansei de ouvir pessoas reclamando das condições do parque, sempre culpando sei lá quem sobre o estado de abandono. Mas o Lourival não é o tipo de pessoa que espera, ele faz. Não pensa "Não é comigo, não tenho nada a ver com isso". Plantou uma árvore há um.ano e meio pra que ela fizesse sombra numa parte do parque. Para ajudá-lo, alguns moradores se reuniram e fizeram um bazar para ajudar. Uma excelente iniciativa, mas ainda falta muito.
Sabe a frase de Gandhi SEJA A MUDANÇA QUE VOCÊ QUER VER NO MUNDO?... Eu mudaria neste momento para SEJA O LOURIVAL QUE VOCÊ QUER VER NO MUNDO. Lourival, ou Louro, como o chamamos. Os louros hoje vão todos pra você. Se alguém que estiver lendo, especialmente se for morador da quadra, quiser colaborar com a campanha, procure o Lourival na portaria do Bloco F, da 312 Norte ou através do seguinte email: parquinho312norte@gmail.com

Anita Safer