quinta-feira, 28 de julho de 2016

Cada nome, uma história

Foto: Tina Arce
Sou super curiosa com a origem dos nomes. Tenho que me controlar, porque quando conheço alguém e a pessoa diz "Prazer, meu nome é Fulano", meu impulso é perguntar "Fulano? Por que Fulano?". Com certeza perderia a chance de conhecer muitos fulanos e fulanas legais agindo assim. Eles se afastariam com medo da minha bizarrice. Então, faço o seguinte, espero criar um vínculo e, na primeira oportunidade, pergunto a origem do seu nome. Não me interessa saber algo, tipo... Origina-se do latim e significa "a rosa meio azulada do deserto"; quero saber o motivo pelo qual o nome da pessoa foi escolhido. Interessante, muita gente não sabe responder à esta pergunta.
Sou a caçula em uma família grande. Depois de escolherem tantos nomes com a letra C (rolava um critério na escolha), a criatividade dos meus pais acabou. Fizeram um sorteio. Minha irmã Cleonice e uma amiga, Ana, resolveram juntar os nomes das duas e resultou em Cleane. Amo meu nome, e sabe-se lá o que tinha nos outros papeizinhos... Acho que a forma como meu nome foi escolhido influenciou na minha personalidade, porque tenho mania de sorteios. Meus filhos sabem a história do nome deles. Não quero que sejam fulanos que não saibam responder à esta pergunta, tão fundamental.
Tenho um amigo cujo nome é o de um tio que tinha morrido afogado. Uma espécie de homenagem. Quando ainda era garoto e soube disso, meu amigo decidiu que aprenderia a nadar. Herdar o nome, sim; o destino, não. Hoje ele é um homem maduro e feliz, que adora água e leva a vida no melhor estilo nado livre.
Caso você seja um fulano, ou fulana, que tenha esta informação, tão preciosa, sobre seu nome, me conte. Tô aqui, morrendo de curiosidade! 
Caso não me conheça, "prazer, meu nome é Cleane, a moça do sorteio" ou Anita Safer - mas aí é outra história...

Anita Safer

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Tá rindo de que?

Foto: Tina Arce
Um dia desses alguém postou um vídeo em que um rapaz entra num trem e, vendo algo no laptop, começa a rir. Aos poucos as pessoas começam a rir também. Quando percebi eu tava dando gargalhadas, sozinha. Dia desses também ri até a barriga doer em umas cenas do filme Florence, com a maravilhosa Merryl Streep. É incrível o poder do riso e da alegria na vida da gente. A música do Falamansa diz... "Não que a vida esteja assim tão boa, mas um sorriso ajuda a melhorar". Ô, como ajuda! O sorriso equilibra a nossa mente. Enquanto o choro lava a alma, o sorriso ilumina, aquece. Adoro aquele sorriso que vem de dentro, que não conseguimos conter. Fruto de um desejo realizado ou de uma surpresa boa. Pode ser um emprego conquistado, o resultado de um teste de gravidez, um filho que passou no vestibular, o telefonema ou mensagem de alguém que você achava que não te procuraria (mas desejava que sim). Quando esse riso aparece você ri no carro, no banho, na rua; até num velório ele pode aparecer, indomável.
Tem coisa mais gostosa que a gargalhada de uma criança? Cheguei a gravar a risada da minha filha mais velha quando era bebê. A risada dos filhos é a melhor das músicas. Nos acalma sorrir ou ver o sorriso verdadeiro e claro das pessoas. É como se recebessemos a mensagem... Neste momento, está tudo bem.

Anita Safer

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Na condução da vida

Foto: Tina Arce
Quando tirei carteira de motorista tive um instrutor que era uma figura. Ele parecia com o José Rico e Milionário. Você entendeu, com um dos dois. O de barba e óculos escuros. Nunca sei qual deles é ele. Ele era meio doidão; o instrutor, no caso. Me mandava estacionar no bar pra comprar cigarro, entre outras maluquices. Mas era um filósofo. Eu não tirava os olhos do retrovisor e sempre que via um ônibus ou caminhão vindo, dizia... "Ai, meu Deus! Vem um ônibus GIGANTE, vai passar por cima da gente!". Cansado das minhas histerias ele mandou que estacionasse e disse, mais ou menos, o seguinte: "Presta atenção. Dirigir é como viver. Você tem que olhar pra frente, pra não perder o eixo num quebra-molas qualquer. Existem uns sinais que nos avisam quando devemos desacelerar, parar ou seguir. Uns caminhos são bem sinalizados, outros não. Acidentes acontecem, às vezes por nossa culpa (então devemos tentar evitá-los), outras à nossa revelia. Não temos o controle de tudo. A vida tem dessas coisas. Mas uma coisa é certa, só devemos olhar no espelhinho do passado quando for importante; quando formos mudar o trajeto e precisamos ver que o que está lá atrás não pode nos atrapalhar. Moral da história, TIRA O OLHO DO RETROVISOR, MOÇA!"
Depois disso consegui relaxar mais ao volante. Era mesmo muito estressante olhar pra frente e pra trás o tempo todo. Eram muitos veículos GIGANTES nas vias. Mas sobre este ensinamento na vida tenho que estar sempre me policiando - Olha a blitz...rsrs. O passado gosta de vir, às vezes, na mente da gente, como um enorme caminhão desgovernado. No retrovisor da lembrança ele parece maior e mais ameaçador do que realmente é. Se soubermos ser bons condutores, vamos parar de nos preocupar com o que está lá atrás, podemos até liberar o espaço para que o passado siga seu caminho. A única coisa que podemos fazer é procurar dirigir nossa vida com cuidado e confiança. Às vezes precisamos usar a marcha ré e voltar um pouquinho. Não correr mais que o permitido pra não atropelar os outros ou se arrebentar à toa. Também não ser tão lentos ao ponto de empacar as pessoas.
Na vida até encontramos alguns bons instrutores, mas a condução é responsabilidade nossa. No mais, é fazer uma revisão de vez em quando e torcer pras estradas estarem em bom estado. Ah, e não esqueça de andar com os faroizinhos bem acesos. Mais essa agora!

Anita Safer

sábado, 9 de julho de 2016

Bichinhos... Mais fofura em nossa vida

Foto: Arquivo pessoal
Quase todos os dias acordo com um focinho gelado no meu nariz. Viro pro outro lado e o focinho me persegue, até o ponto em que fico com a cabeça pendurada fora da cama ou esmago a cara na parede. Tentativa vã de dormir mais um pouquinho. É assim que a Jackeline, minha gatinha, gosta de nos desejar bom dia. Ela tá velhinha, tem 17 anos (o que equivale a 84 anos na idade humana, aproximadamente). Mas tá enxuta. Hoje em dia é mansa. No passado parecia saída de um filme de Hitchcock, tamanho terror que provocava. Atacava feito uma besta fera os desavisados - e os avisados também, não fazia distinção. Comigo sempre foi uma fofa. Eu sempre pude pegar, apertar, beijar. Desculpa aí, galera que foi atacada, beijinho no ombro pra vocês, mas eu fui a eleita...hahaha. 
Minha paixão por gatos é antiga. Gosto deles porque são lindos e preguiçosos. Eu também sou... preguiçosa. Cachorros são fofos demais, mas não são pra mim. Não sou muito boa com bichos e plantas que precisem de muita atenção. Em casa só tenho cactos, que são resistentes, e, acreditem, não posso garantir vida longa a eles. Gosto da independência dos gatos. Dóceis, ariscos, desastrados, bagunceiros... cada um de um jeitinho, mas com características em comum, como o dom de destruir sofás e fazer só o que querem e na hora que lhes der na telha. 
Um bichinho em casa nos aproxima da natureza em sua essência. É uma relação honesta. A maioria de nós tem lembranças ternas dos animais da infância. Eles dão mais vida à nossa vida. São ótimos companheiros quando precisamos desabafar, pois nos escutam sem nos julgar, no máximo dão uns miados (ou latidos, piados... seja lá qual for o barulho que seu bicho de estimação faça). Estes sons podem significar "Vai ficar tudo bem", "Fica triste não", "Cadê minha ração, criatura?" ou ele pode estar só cantando ou te julgando mesmo, tipo "ô humano fresco, resmunga à toa"; vai saber...
Já vi bichinhos ajudarem pessoas que passavam por momentos difíceis, como depressão, solidão ou doença. Eles nos fazem rir, nos estressam e nos emocionam. Tudo junto e misturado.
É muito bom ter um bichinho em casa. Se você não tem nenhum e deseja ter, não compre, adote. Muita gente boa e ONGs resgatam animais na rua, tratam e buscam pessoas para adotá-los.  Caso já tenha algum, que tal falar um pouquinho dele aqui nos comentários? Vou adorar!

Anita Safer