sábado, 11 de maio de 2013

Procurando a Memo...

Foto: Érica
Desenhos animados são maravilhosos. Não todos, mas muitos deles. Neles vemos personagens que retratam traços de nossa personalidade, só que apresentados de forma "engraçadinha". Quem nunca se sentiu como o Coyote, que planeja de mil formas conquistar seu objetivo - no caso pegar o Papa Léguas - e sempre fracassa? E o que dizer do nosso lado "mala" que o Pernalonga representa tão bem? A dissimulação do Piu Piu, a praticidade do Ligeirinho? Cito os antigos porque são os meus preferidos.
Na atualidade posso citar um personagem que parece ter sido criado à minha imagem e semelhança: A Dori - peixinha desmemoriada de Procurando Nemo.
Tenho muitas deficiências, mas uma das mais proeminentes é a memória ruim, seguida imediatamente pela coordenação motora sofrível. Acho admirável aquela pessoa que lembra de épocas remotas, acontecimentos, conteúdos que estudaram. Eu mal lembro o que fiz na semana passada.
Morro de agonia de ver aqueles filmes onde o policial pergunta: "Onde você estava no dia 3 de janeiro às 14h30?". Fico em pânico. Penso que confessaria qualquer coisa, porque seria incapaz de lembrar.
Sei que uma parte deste problema se deve à genética. Dizem também que a distração e a falta de memória são traços de pessoas inteligentes e criativas. Não sou tão criativa e nem inteligente assim, embora algumas pessoas acreditem que eu seja. Uma colega de um curso que fiz me disse durante um trabalho em grupo: "Faz você, Cleane, você é mais inteligente pra essas coisas". Perguntei: "Por que você acha isso?". "Porque você usa óculos e tem cara de intelectual". Gente, eu sou muito míope, meus "trocentos" graus de miopia não me tornam mais inteligente, infelizmente.
O pior de ser desmemoriada é ter sempre por perto pessoas que lembram de tudo. Do que você fez, disse, deixou de fazer ou dizer. E você não pode se defender e nem atacar porque não lembra de quase nada que você, ou ela, fez ou deixou de fazer há 30 anos atrás.
A vantagem que vejo na memória ruim (tudo há de ter um lado bom) é que posso ver o mesmo filme, ler o mesmo livro, várias vezes. Vou rir, chorar e pedir que não me contem o final pra não estragar a surpresa. Pode isso?
Talvez seja uma forma de não sobrecarregar meu HD. Guardo nele poucas e boas memórias. Assim vou tentando viver o presente, sem me apegar tanto ao passado.
Procuro exercitar a memória como posso. Mesmo sem lembrar tantas coisas a Dori me mostrou que podemos ser esquecidinhas e felizes ao mesmo tempo.
Por que resolvi mesmo escrever sobre isso?
Ih! Esqueci...

Anita Safer

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk, muito bom! Vc é mesmo genial, consegue botar no papel coisas bem interessantes.

    Vixe, qual seu nome mesmo? rsrsrsrs

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  2. HaHaHa... eu me divirto com você minha sogra. Adorei!

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