domingo, 4 de julho de 2021

Karatê: Um golpe no sedentarismo


 E lá venho eu com minhas estranhas e maravilhosas manias. Sortear uma atividade nova para fazer. Dessa vez peguei minha caixinha de atividades e pá... tirei um papelzinho... KARATÊ. Lasquei-me. Sabe aquela coisa que você morre de medo de fazer? Pois é. Morria de medo de sortear alguma arte marcial. Se eu tenho medo, por que coloquei na caixinha, você me pergunta? Porque eu não regulo muito bem, essa é a verdade... hahaha. O importante é o desafio. Não tenho histórico de atleta, joguei meu handebolzinho na adolescência, mas só pra não reprovar em Educação Física. 

Mas, vamos lá. Nesse momento fui salva, em função do isolamento social. Aula presencial de karatê, nem pensar! Arrumei uma desculpa perfeita. Mas não quis fugir totalmente da raia, e hoje não temos mais desculpas, tudo se encontra nas mídias. Vou lá procurar um vídeo de aula de karatê online. Achei!

Gente, que surpresa boa, acreditem. E cá estou eu, seis meses depois, tendo treinado três vezes por semana, para dar o meu relato. Encontrei os vídeos do André Maraschin. Minha sala é pequena, mas tudo bem, também tenho braços e pernas curtos. Fiquei encantada com a maneira cuidadosa com que ele ensina. Respeitando as limitações de cada um, afinal, nem todos que assistem aos vídeos têm a ambição de se transformar em um Bruce Lee (mestre das artes marciais, que nem karateca era, parece...rs) - eu até queria, mas minha cara de pau não chega a tanto. E entre chutes e golpes os gatos se assustavam, às vezes, ou ficavam curiosos tentando entender o que a doida estava fazendo. No início tudo doía. Eu andava igual à uma mulher parida. Mas com o tempo fui me sentindo bem e até desejando que chegasse a minha hora de treinar. 

Acho bonito ver alguém que tem a humildade de ensinar o que sabe, no caso do André. E, de certa forma, me orgulho de ser alguém que tem a humildade de aprender. Por isso, prestei muita atenção às coisas que ele dizia, tanto quanto o empenho nos exercícios.

- Ser enérgico,  forte, e ao mesmo tempo, suave;

- O segredo é a repetição para atingir a perfeição (isso vale para tudo na vida!)

- É importante desenvolver as habilidades físicas; (importante para mim, a senhora intelecto...rs)

- Disciplina - fazer o que precisa ser feito;

- A persistência do treino você leva para a vida

Persistência. Uma palavra fraquinha de tudo no meu vocabulário. Mas, veja o que aconteceu. Diminui tremendamente meu vício em refrigerante. O karatê deu um gás pra isso. Entendeu o jogo de palavras? Troquei um gás (do refri) pelo gás que o karatê me deu...rs.

Concluí meu seis meses nessa atividade. Me despeço dela com gratidão. Especialmente ao André Maraschin, que, sem saber, foi meu mestre por todos esses meses. Que ele saiba que sua atividade pode transformar vidas. Agora parto para outra atividade e novos aprendizados. Mas, quem sabe, passada a pandemia, eu procure uma academia e, aí sim, me aguarde, Bruce Lee.


Anita Safer


https://www.youtube.com/user/marascas

2 comentários:

  1. Amei o texto!!! O trocadilho do gás, a comparação da sala pequena e seus braço e pernas curtos, olhares felinos vendo as peripécias... um dos textos mais bacanas que eu li! Vai pra cima, Cleane Lee!

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  2. Oh minha querida irmãzinha, que texto lindo!!!!
    Me divertir viajando no desenrolar do texto. Parabéns querida. Beijinhos na alma 😘

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