Filme de terror novo no cinema? Me segura.... Preciso ir passar medo! Chamo meu companheiro especial para filmes de terror, o Arth, e sua mãe - que adoramos torturar - e vamos lá. O filme promete. Histórias assustadoras para contar no escuro é o nome do filme. Por que promete? Porque é produzido por Guillermo Del Toro (que não é o ator Benício del Toro, sempre confundo os dois). Guillermo é um diretor/produtor/roteirista mexicano que faz uns filmes com uma pegada diferente. Premiado recentemente com o Oscar pelo filme A Forma da Água. Pois bem, fomos conferir, munidos de pipocas gigantes e refrigerantes (que são sempre mais caros que os ingressos). Não vou falar do filme em si. Tem aqueles elementos clássicos: halloween (sim), jovens de cabeça oca (sim), casa mal assombrada (sim), cenas de susto com aquele som de susto que faz você dar um pulo na cadeira (sim), o Arth não achou grande coisa (sim); porque o Arth é expert em filmes de terror e não se agrada tão facilmente, aliás, um dos meus sonhos de vida é encontrar aquele filme que ele dê nota 10. Enquanto isso não acontece, seguimos com nossa saga em busca do terror perfeito.O que gostei no filme, além da ambientação e fotografia, foi que achei que tinha um fundo filosófico no meio. Nova categoria: Terror filosófico...rs.
Somos assombrados por nossas fragilidades, por histórias que contaram, ou nós mesmos criamos, a nosso respeito. Somos assombrados por abandonos, carências, por atitudes que tivemos e nos punimos, por coisas pelas quais nunca nos perdoamos.
Somos assombrados por nossas fragilidades, por histórias que contaram, ou nós mesmos criamos, a nosso respeito. Somos assombrados por abandonos, carências, por atitudes que tivemos e nos punimos, por coisas pelas quais nunca nos perdoamos.
Na psicologia Carl Jung trouxe o conceito de sombra. Seria aquela bagagem reprimida da nossa personalidade que jogamos, de forma inconsciente, na maioria das vezes, pra debaixo do tapete. Todos nós, seres lindinhos e perfeitos que somos, temos esse lado sombrio. Mas, além dessa sombra, temos aquelas lendas pessoais assustadoras. Pesadelos marcantes ou histórias contadas na infância que nos marcaram, tipo a mulher da faca "passando manteiga no pão", o velho do saco que carregava crianças teimosas... Eu mesma tinha um pesadelo recorrente com uma velhinha que me esfaqueava quando eu chegava em casa. Eu até tentava enganar a chata da velha com entradas alternativas, tipo entrar pela janela, mas a velha era sempre mais esperta que eu e me pegava de todo jeito. Acho que vou falar pro Del Toro escrever algo sobre aquela velha maldita, quem sabe ele ganha mais um prêmio com o filme A Forma da Véia...hihihi.
Bem, esse texto não é uma indicação cinematográfica, até mesmo porque muita gente não gosta do gênero. Mas podemos trocar figurinha sobre os medos que nos assombraram ou nos assombram ainda. Dizem que o enfrentamento pode nos ajudar a nos libertar deles. Por isso, se cuida, senhora idosa do meu pesadelo, não sou mais aquela garotinha.
Anita Safer
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