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Geraldo fotografado por José Carlos |
A predominância da palavra não nas falas de Geraldo me fez lembrar de Alice, filha da minha sobrinha, que quando tinha a mesma idade exercia, incansavelmente, o poder do não.
- Alice, quer suco?
- Não!... Quero suco
E tomava o suco satisfeita.
Quando ia pular de uma mureta:
- Alice, dá a mão, eu te ajudo...
- Não! Eu pulo sozinha!.... Me dá a mão...
Geraldo, por sua vez, vinha logo com a palavra assim que eu começava a cantar pra ele
- Não! Essa música é da minha madrinha, você não pode cantar (aliás, madrinha é a segunda palavra preferida dele. É muito amor...rsrs)
Na verdade acredito que seja a idade em que a criança está tomando consciência de sua individualidade e quer testar seu poder. É apenas uma fase, passa. Infelizmente, muitos de nós perde o poder do não pela vida afora. Vamos sendo ensinados a dizer sim pra tantas coisas que vira um hábito. O bom é dizer sim quando for pra ser sim e um sonoro NÃO, como os Geraldos e Alices nos ensinam, na hora de dizer não.
Agora é a hora em que vocês pedem pra eu parar com esse assunto e eu respondo:
- Não!... Vou parar
Anita Safer