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Foto do acervo do Usadão Brasília |
E a máquina de escrever? Amava o som que ela fazia... TEC TEC TEC... e CREC, na hora de mudar de linha. Tudo bem que no trabalho era um sufoco. Eu era secretária escolar e tinha que fazer um monte de históricos, certificados e boletins que não podiam conter rasuras. Mas a emoção, paciência e cuidado tinham que estar presentes.
Talvez eu não tenha saudade apenas dos objetos, mas da emoção, paciência e cuidado que tinhamos que ter com tudo. As coisas eram feitas pra durar. Os mais vividos um tiquinho lembrarão que os refrigerantes não vinham em garrafas descartáveis, a gente tinha que levar a garrafa de vidro vazia pra comprar a outra cheia. A TV era uma só por família. A gente tinha que levantar o traseiro gordo pra mudar de canal, pode isso? A TV era um evento social. Quando chegou a TV a cores foi incrível. Minha família demorou um pouco pra ter uma, então, quando ia passar algo muito legal eu ia assistir na casa da minha amiga Ana Carla, pura ostentação...hihihi.
Os carros duravam décadas, hoje são trocados anualmente por muitos. Haja sucata!
Ai, que texto chato, eu sei, mas fazer o que? Agora tenho provas e convicção de que estou envelhecendo.
Nem tudo está perdido, os tempos atuais trazem maravilhas impossíveis de ignorar. Mas como tudo está mudando rápido demais sei que amanhã estarei com saudades de usar o celular (o que era um celular? Vão me perguntar. Eis o que muitos não saberão).
Anita Safer
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