O nome dela é Alice. Nome lindo e doce para uma mãe. Carinhosamente nos referimos à ela como dona Ala. Dona. Dona mesmo, porque ela se apropriava de tudo. Era dona da casa, dos filhos, das noras, genros, netos, amigos, da família toda. Mas não era dona no sentido possessivo e egoísta que é atribuído ao termo,muitas vezes. É porque ela era tão dona de si e tão amorosa que atraía a todos. Minha mãe gostava de tirar fotos com flores e plantas e sempre falava um ohhh na hora do click, como se o som fosse ser revelado junto com a imagem. Ela gostava de jovens, de casa cheia, de melancia e rapé. Gostava de dançar ao som de Clara Nunes, Luiz Caldas e Renato Borghetti. Ela ajudava as pessoas com generosidade natural, mas não gostava de fazer caridade com lugar e hora marcados. Ajudava no momento em que a necessidade do outro se manifestava. Era como um livro de autoajuda em forma de gente. Sabe aquelas coisas que a gente lê sobre autoestima, viver o momento, buscar seu caminho, sua felicidade, etc? Ela era assim, toda trabalhada na sabedoria. Chupa, Augusto Cury!... hahaha. Mas todo mundo tem defeito, né? Acho que o dela era ser uma só, porque ela era tão querida que a criança egoísta que eu era a queria só pra mim e relutava em dividí-la, não só com os muitos irmãos mas com todos que batessem à nossa porta. Isso acontecia porque minha mãe gostava de gente... mas, o melhor, gostava da gente. Te amo, mãe!
Anita Safer
Filhos eternamente amados por essa mãe... Muito linda! ��
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