E começo a divagar. Existe um mundo onde moram os pensamentos? Os meus, os seus, os dele? Eles ficam numa espécie de nuvem? Se amontoam fazendo barulho como uma revoada de pássaros? Nós os jogamos para o alto ou eles caem dentro de nós? Talvez passeiem pelo espaço, como em ondas de rádio. Volta e meia percebo um pensamento que não é meu. Opa! Por que estou pensando nisso? - penso.
E quando nossos pensamentos chocam com outros pensamentos de pessoas conhecidas?
- Que coincidência, estava pensando em você agorinha.
- Eu também.
Quando estou meditando, eles - os tais pensamentos - ficam me rodeando. São como meninos travessos, proibidos de entrar em um quarto. Eles tentam de todo jeito, sorrateiros. Mas quando eles dão um sossego... ah, que momentos de paz! É bom pensar; do pensar surgem ideias, soluções... às vezes surgem problemas que nem existem também, não vou negar. De repente começo a pensar "abobrinhas". Acho engraçado esse termo, "falar abobrinhas". Dizem que essa expressão surgiu na época em que nossa moeda ainda era o cruzeiro e a inflação imperava. Será que as pessoas só conseguiam comprar abobrinhas e só falavam disso?...rs. Eu penso em cada besteira.
Pensando bem, por que estou escrevendo tudo isso? Mas acho que penso porque existo, né, Descartes? E assim vai...
Anita Safer