sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Desafio 2 - O Melhor do Cortella

Seguindo minha lista de desafios literários vou para o segundo item...

Desafio 2 - Ler um livro de um autor que eu ainda não tenha lido
Livro lido - O Melhor do Cortella, de Mário Sérgio Cortella (presente da minha norinha Morgana)

O livro é uma compilação de ideias e frases escritas pelo autor em 30 anos de publicações. Aborda temas diversos: religião, arte, ciência, política, tecnologia, etc.
Foi legal ter sido presenteada com este livro num momento em que tenho lido e assistido a vídeos sobre filosofia. É difícil falar sobre o livro, no geral, uma vez que ele é todo fragmentado; optei, então, por reproduzir uma das citações que me fez pensar, filosofar, dar aquela viajada...rs.

"Parece que a possibilidade de contemplação foi esquecida. A contemplação da obra, do som, do outro. Isso exige uma visão diferente do tempo; trata-se do tempo para você e não daquela noção do tempo que se esvai". (Nos labirintos da moral. P.89)

Verdade. Com o ritmo frenético em que vivemos, bombardeados de informações, conectados todo o tempo aos nossos aparelhos, deixamos de lado o simples ato de contemplar. Um instante de contemplação - sem pressa, pelo prazer de observar - dá profundidade ao momento. Altera o sentido do tempo. Quando paro e observo alguém, uma obra, a natureza, me conecto e valorizo o que vejo. Retenho a imagem, dou importância e significado ao que é observado.
De vez em quando vale a penar apertar o pause na vida, abrir mão do fast food de informações e saborear com calma o que tenho diante de mim. Essa atitude, de certa maneira meditativa, pode fazer com que contemplando algo, ou alguém, possa enxergar a mim mesma.
No clássico Alice no País das Maravilhas, Alice pergunta ao coelho:
- Quanto tempo dura o eterno?
- Às vezes apenas um segundo - responde o coelho.

Anita Safer


sábado, 11 de janeiro de 2020

Desafio 1 - O MUSEU DO SILÊNCIO

"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde" (André Maurois)

Em busca deste diálogo me propus um desafio para este ano, ler 15 livros seguindo uma lista de sugestões que vi no site medium.com
Eu piro com listas, quando vejo uma interessante... "me segura, quero seguir....haha".
Aqui não farei uma resenha ou crítica dos livros. Talvez um resumo mínimo, pra dar a deixa para as minhas divagações.

Desafio 1 - Um livro escrito por uma mulher
Livro lido - O Museu do Silêncio, da japonesa Yoko Ogawa (sugerido pela Érica, minha filha)

Um museólogo é contratado por uma mulher bem velha para construir um museu em sua propriedade. A proposta é bem excêntrica. As obras a serem expostas serão objetos furtados de pessoas que morreram na vila onde ela vive.

Como deve ser difícil tentar encontrar um único objeto que resuma e represente toda a existência de alguém. Talvez seja um pouco mais fácil quando a pessoa dedicou boa parte da vida a uma coisa em especial. Um músico, um médico, por exemplo.
Fiquei pensando sobre que objeto me definiria. Percebi que minha vida é feita de pequenos momentos, sem grandes arroubos. Meus interesses são vagos e flutuantes. Eles pulam e brincam, vão e voltam. Nenhuma profissão que me defina, ou hobby, ou talento especial. Sigo tentando encontrar sentido e coisas que me despertem o interesse e me acrescentem vida à vida.
Por esta razão, acredito que o objeto que definiria a minha vida seria a minha caixinha de atividades, onde sorteio uma atividade nova para fazer a cada semestre (antes era a cada ano, mas com o tempo vai ficando pouca vida pra tantas atividades...rs).
No livro a personagem diz ao museólogo: "O que quero são coisas que guardam, da forma mais vívida possível, a prova de que aqueles corpos realmente existiram..."
Para mim, algumas raras pessoas se eternizam por grandes obras. A maioria de nós paira por um tempo na lembrança daqueles que nos amam e, em algum momento, após uma ou duas gerações, segue para o "museu do silêncio"; onde os objetos e palavras são desnecessários. O que fica e vai é nosso Ser, nossa essência, única, intransferível e eterna. O que não é pouca coisa, no meu entendimento.
Mas não custa nada imaginar... Que objeto definiria a sua existência?

Anita Safer