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Foto: Érica P. |
Vou contar uma coisa que aconteceu no ano em que nasci - não, não foi em 2000 como minha jovem aparência indica...hehehe - mas prefiro não citar o ano. Sem comentários sobre isso. Abafa o caso. Mas, para os curiosos de plantão vou dar uma dica, aí é só pesquisar.
No ano em que nasci, um meteorologista americano chamado Edward Lorenz estava lá - sendo meteorologista - e viu que uma tempestade tropical estava prevista para cair em Louisiana. Mas ele notou - sem querer, querendo - que estava acontecendo uma mudança climática no Alaska. O que eu pensaria? Você talvez, também. "Hã? O que uma coisa tem a ver com a outra?". Mas Edward era "o cara" e refez lá seus cálculos e viu que a tempestade não ia rolar como o previsto, nem no local previsto; em compensação, um mega ciclone atingiria outra região americana. Tudo por causa da mudança de clima lá do Alaska. E não é que aconteceu? Danadinho, esse Ed. Daí surgiu a teoria do Efeito Borboleta. Na cultura popular dizem que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, quiçá (sempre quis usar essa palavra...rs) provocar um tufão do outro lado do mundo.
Tudo bem que essa frase é meio dramática, mas sabe o que a descoberta quer dizer? Com certeza não é que meu nascimento mudou o curso da humanidade e nem que eu saí por aí batendo minhas asinhas e causando os maiores estragos. Significa que um pequeno detalhe pode mudar o todo ou, ao menos, uma parte do todo.
Quando eu era "xóven" ficava indignada quando errava toda uma equação matemática só por causa de um maldito sinalzinho. E eu errava muitooooo. Hoje eu entendo o porquê de meu professor de Matemática ser doido pra me reprovar. Ele estava certo. Ora, ora, quem diria. Um erro de cálculo pode derrubar um avião, fazer um prédio desabar, um foguete sair da órbita ou, até mesmo, fazer um comerciante levar um tiro de algum doido por um troco errado.
O Universo é sensível, gente. Nada é totalmente previsível. O máximo que podemos fazer para redução de danos é o que Lorenz fez, prestar atenção nos detalhes. Se (teoricamente) uma borboleta faz um estrago danado, imagina o que fazemos com nossas decisões. Uma pequena atitude de um pode afetar a vida de muitos, para o bem ou para o mal.
Agora me deu pena da dupla Victor e Léo. Eles acreditam que as borboletas sempre voltam... Às vezes elas estão por aí, distraídas, batendo asas e mudando o curso das coisas.
Anita Safer