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Foto do arquivo pessoal de Vítor e Liana |
Admiro demais atitudes assim. Eu sou muito estabanada, pendendo mais pra um desastre urbano...hahaha. As pessoas precisam ser salvas de mim, às vezes. Uma vez, num supermercado, dobrando a esquina de uma prateleira, esbarrei e derrubei uma laranja gigante. Era um rapaz vestido de laranja, que fazia promoção de um suco. O coitado saiu rolando e não conseguia se levantar. Eu fui ajudá-lo, mas preferi levantá-lo pelas costas - numa atitude covarde, confesso, com vergonha de olhar nos olhos alaranjados dele - com reiterados pedidos de desculpas. Ele deve ter ficado furioso comigo, com todos os "gominhos" do seu ser.
Voltando ao assunto de salvar os outros, lembrando ainda da minha falta de habilidade pra feitos assim... Quando eu era adolescente ia atravessando a rua e vi que um rapaz vinha muito distraído no sentido contrário. Do nada, vinha um carro em alta velocidade. Preciso salvá-lo, pensei. Corri e o empurrei pro outro lado da pista. Fiz um ato heróico!!! Só que não. Quase matei o rapaz que se estabacou no meio fio. Ele ficou meio atordoado, mas até que entendeu minha boa intenção. Talvez eu não tenha mesmo vocação pra heroína.
Desejo, de coração, ser uma pessoa mais atenta e que consiga agir de forma adequada quando me deparar com uma situação em que possa ajudar alguém, ou evitar que algo ruim aconteça a ela. Mas me lembrei que todos nós temos nossos pequenos atos de heroísmo. Muitas vezes fui, e sou, salva da tristeza, do tédio, de situações difíceis, por pessoas especiais que me estendem a mão na hora certa. São meus heróis e heroínas do cotidiano. Quero crer que eu também esteja sendo capaz de salvar vidas com um abraço, uma mensagem, uma escuta atenta e carinhosa. Neste mundo, com tantos perigos internos e externos a nos rondar, precisamos cuidar mais uns dos outros.
Anita Safer